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O Mundo Mudou

Com varejo fechado, os games viram vitrine para as marcas

Daniela Klaiman

18/06/2020 13h56

Crédito: Divulgação

Crédito: Divulgação

Com as lojas fechadas e os modelos de vendas transformados, as marcas estão procurando novas maneiras de se destacar.

A publicidade na televisão está em lento declínio, em parte devido ao aumento das plataformas de streaming, enquanto o impacto dos anúncios online é diminuído pelos bloqueadores dos navegadores. Então como as empresas podem chegar ao consumidor?

Chegou a vez dos espaços virtuais! Agora, mais do que nunca, esses são nossa melhor aproximação da socialização e os avatares digitais se tornaram o novo meio de auto-expressão.

Em 2019, os gastos em jogos digitais atingiram um recorde de US$ 109 bilhões, segundo a Nielsen, o que chamou a atenção de diversas indústrias, principalmente a de varejo de luxo.

Louis Vuiton ft. League of Legends

Coleção Cápsula em parceria com League of Legends. Crédito: Louis Vuitton

League of Legends, lançado pela empresa americana Riot Games em 2009, é um dos jogos de PC mais jogados do mundo, que alcança até 8 milhões de jogadores online. Para destacar seus heróis, os jogadores podem selecionar diferentes trajes ou "skins", que eles ganham ao completar desafios no jogo ou compram com dinheiro real.

A marca Louis Vuitton viu aí oportunidade para se destacar, e criou skins personalizadas para dois heróis do game, seguido de uma coleção real inspirada no jogo.

Gucci ft. Tennis Clash

A casa de moda fez uma parceria com o jogo multiplayer Tennis Clash para uma coleção de roupas.

Parte da colaboração é um torneio de tênis no jogo, no qual os usuários podem vestir roupas de tênis da Gucci enquanto competem. Com saias de tênis, tops, fatos de treino e calçados combinando, a coleção também está disponível para compra como peças físicas.

O Tennis Clash também se conecta diretamente ao site da Gucci, incentivando os jogadores a investir em versões da vida real das roupas virtuais usadas no jogo.

Tissot ft. NBA 2K

Em um movimento semelhante, a Tissot expandiu sua parceria de cinco anos com a NBA americana para a série de jogos NBA 2K. Na última edição, NBA 2K20, os jogadores podem gastar moeda virtual em roupas para seus jogadores, o que inclui relógios virtuais Tissot.

De acordo com a Swatch, proprietária da marca, até novembro de 2019, 113.309 relógios Tissot haviam sido "comprados" virtualmente.

Novo modelo de negócio: digital goods

Deu para entender? Posso ir além: Valentino e Marc Jacobs compartilharam roupas de suas marcas com jogadores do Animal Crossing; Moschino colaborou com o The Sims; e a Nike lançou os modelos Air Jordan em versão digital no Fortnite.

Estamos apenas no começo dos chamados "digital goods" e 2020 parece ter sido o ano ideal para desenvolvimento dessa tendência, afinal estamos em um ano em que as roupas reais pouco importam!

 

Sobre a Autora

Futurista formada em tecnologia e futurismo pelo TIP – Transdiciplinary Innovation Program da Universidade de Jerusalém. Expert em Consumer Behavior and Trends Research, Pós-graduada em Coolhunting & Trends pela Universidade de Barcelona e foi diretora de Planejamento e Consumer Insights da Box1824 durante 5 anos. Consultora e palestrante nas áreas de inovação, pesquisa de mercado, desenvolvimento de produtos, comportamento do consumidor e transformação digital, atua junto a grandes empresas mostrando o que elas devem fazer para sobreviver a esse novo mundo que vivemos e mudanças rápidas. Co-fundados de 2 startups: Unpark e WinWin.

Sobre o Blog

É possível analisar o futuro por 2 ângulos diferentes: aquele mais imediato, que prevê os acontecimentos dentro de 0 a 5 anos e é estudado e aprendido através do comportamento das pessoas; e outro ângulo mais longínquo, que enxerga um intervalo de tempo de 5 a 50 anos e que é totalmente baseado no desenvolvimento e uso da tecnologia. A ideia desse blog é justamente analisar os dois futuros juntos e entender como a tecnologia vai influenciar nossas vidas e como a forma como vivemos e nossos valores influenciam a tecnologia, atingindo um balanço complexo, porém em linguagem simples e quase chula, para que todos possam começar a pensar no futuro e entender que somos nós os responsáveis por construir um cenário positivo para todos. Ou não. O futuro está em nossas mãos e é um assunto urgente de ser tratado hoje.