Como será o retorno ao trabalho?
Governos de todo o mundo estão flertando com a ideia de reabrir suas economias, e as empresas estão se preparando para quando o dia chegar. Mas como será o retorno ao trabalho nos escritórios?
Casual friday vira casual everyday
Pensar em roupas sociais para encarar a volta ao trabalho me parece um retrocesso. Alguns protocolos adotados ao longo de décadas por empresas começam a se mostrar desnecessários.
Nos mostramos tão ou mais capazes de superar desafios nesse período do que quando estávamos mascarados por maquiagem ou roupas sociais. Isso nos questiona se realmente precisamos dessa ou aquela roupa para passar credibilidade, uma vez que resolvemos os mesmos objetivos nos últimos 40 dias de pijama, recém-acordados, com barulho de cachorros e filhos ao fundo.
Espaços diferentes e pessoas mais distantes
Muito provavelmente os dias em filas de estações de trabalho com computadores terminaram e as características de escritórios abertos podem se tornar coisas do passado.
A Cushman & Wakefield, empresa imobiliária que já ajudou mais de 10.000 organizações na China a voltarem ao trabalho, desenvolveu um novo conceito no seu próprio QG em Amsterdam, para incentivar a distância social e a manter as coisas limpas.
Pensem em setas no chão que orientam as pessoas a andar somente no sentido horário, diagramas de mesa de papel que você joga fora quando o dia termina e até adesivos no chão para mostrar o local que deve se posicionar na frente do elevador.
Ferramentas para distância
O deslocamento dentro das empresas pode parecer diferente, assim como as interações com os colegas, e isso vai além de criação de espaços de trabalho separados.
Algumas ferramentas estão sendo testadas. Por exemplo, um pequeno grupo de voluntários de uma fábrica da Ford em Plymouth, Michigan, está experimentando uma pulseira que vibra quando os funcionários ficam a 1,80 metro do outro. Os supervisores também recebem alertas e relatórios que podem ser usados para monitorar o distanciamento social e o agrupamento no local de trabalho.
Outro case vem da Unilever em Xangai. Os assentos no ônibus que leva aos escritórios devem ser reservados usando um grupo de bate-papo para evitar aglomerações, os funcionários devem usar máscaras para embarcar e sentam-se em lados alternados. Na chegada, cada trabalhador faz o scan de um QR code e preenche um relatório de status de saúde para obter um passe diário para entrar na empresa. Depois vem a verificação da temperatura e o desinfetante para as mãos.
Mas será que voltaremos mesmo aos escritórios?
Todas os cenários acima são interessantes, mas as grandes perguntas são: vamos voltar a trabalhar em escritórios? Faz sentido as empresas voltarem a espaços que abrigam centenas e milhares de profissionais com custos altíssimos?
Agora que a transformação digital foi adiantada pelo covid, as pessoas já estão mudando seus comportamentos, se adaptando e aprendendo a lidar com ferramentas "novas". O home office é o nosso novo normal e eu chutaria que aqueles imensos prédios espelhados da Berrini, em São Paulo, não vão servir mais como escritórios em um futuro próximo.
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