Avatares de carne e osso em tempos de covid-19
Antes tínhamos um mundo de opções e já que com a pandemia nos sobrou apenas ficar em casa, muitos estão incorporando uma mentalidade de: se não posso estar presente no real, me faço presente no virtual.
Uma das maneiras mais comuns de se personificar no mundo virtual é o chamado avatar.
Um avatar é um personagem que representa um usuário no mundo digital. É basicamente uma representação gráfica de você ou da personalidade que você quer ter. Assim, quando você quiser embarcar em um novo mundo, lutar contra dragões, viver uma second life ou fazer uma reunião à distância você pode mandar seu avatar no seu lugar.
Com a quarentena e as pessoas sendo obrigadas a ficarem em confinamento, os avatares têm se tornado cada vez mais comuns e novos formatos e usos estão sendo criados.
Avatar na formatura
No dia 28 de março deste ano, um grupo de estudantes japoneses da Tokyo Business Breakthrough University viralizou na internet pois não se conformou com a ideia de perder a sua formatura devido ao coronavírus e decidiram se substituir por avatares.
O avatar utilizado por eles é conhecido por Newme, uma tecnologia que utiliza robôs de telepresença em seu lugar. O corpo é substituído por um totem móvel que foi vestido de graduando e a cabeça é um tablet com o rosto do estudante. Dessa forma os estudantes acompanharam o evento remotamente e através de um chat do Zoom puderam interagir na recepção de seus diplomas.
Outro uso inesperado de avatares foi quando alunos do ensino médio de uma escola, também japonesa, coordenaram um evento de formatura dentro do jogo Minecraft. Eles recriaram os ambientes da escola dentro do jogo e todos os alunos se conectaram em seus avatares e viveram a experiência do discurso de fim de ano letivo e entrega do diploma dentro do seu próprio mundo de blocos de construção.
Avatar de carne e osso vai ao mercado
Foi nessa onda de pensar as opções para nos representar em período de coronavírus que me veio um questionamento: estamos neste momento utilizando apenas avatares digitais para nos representar?
Não seriam os Rappis, Ifoods e Loggis da vida também uma substituição de nós na hora de representar papéis na vida real?
Com tantas coisas que precisamos fazer fora de casa, passamos a usar os serviços de logística quase como uma extensão de nós mesmos. Seja para entregar coisas aos familiares, para pedir supermercado, para trazer aquele almoço desejado ou ovos de Páscoa.
Enquanto a maioria fica em casa seguro, são os "avatares de carne e osso" que estão na rua sem proteção correndo o risco por nós.
Peço desculpas e agradeço a esses profissionais.
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