Em tempos de coronavírus, está cada um por si
A primeira forma de agrupamento da espécie humana foram as tribos.
Nós, ainda homens das cavernas e apavorados com o mundo que era perigoso (forças da natureza e enormes predadores), entendemos que se nos juntássemos em um pequeno grupo conseguiríamos sobreviver mais facilmente.
Mas já estamos bem longe daquela realidade, as tribos foram substituídas por uma única comunidade global de aproximadamente sete bilhões de terráqueos e nela estamos todos conectados e interligados.
Estamos tão vinculados que quando uma pessoa espirra na China, o vírus rapidamente se espalha pelo resto do mundo. Quando uma bolsa cai em um país por conta da epidemia, todos os outros também sofrem os efeitos. Quando um país fecha suas fronteiras, todo o setor aéreo desmorona.
O coronavírus vem sendo vendido como uma "grande ameaça global", o enorme inimigo comum, o novo assunto que abafa todos os outros problemas e, consequentemente, um pânico se instalou. Então, enquanto você espera o Superman aparecer para salvar nossa Gotham, começa a prestar atenção na reação das grandes empresas (influenciadoras do nosso mundo atual). Elas ligaram o F!@#$%ˆ&* e o modo "salve-se quem puder!!".
Cada uma delas pensando em si, na sua tribo apenas. A maioria por alinhamento de guidelines internacionais está proibindo seus funcionários de viajar, recomendando home office, proibindo de participar de feiras e fazendo o possível para que sua pequena tribo sobreviva.
As empresas estão fechando as suas fronteiras.
Mas enquanto as empresas se protegem, os seus milhões de consumidores (o resto das pessoas do mundo) estão em risco. Essa matemática não fecha.
Outra questão grave é que essas empresas multinacionais são influenciadoras na sociedade e as pessoas, inocentemente, olham para elas como um exemplo de atitude a se tomar (como se elas soubessem e tivessem certeza de o que estão fazendo). Assim, o pânico só aumenta com essas atitudes de recolhimento e encolhimento.
Tá bom, Dani, mas o que elas poderiam fazer?
Resposta: elas deveriam se unir, fazer fundos para financiar uma descoberta mais rápida da vacina, poderiam mandar seus funcionários pararem de pensar em metas e lucro por uma semana e saírem em missões humanitárias para ajudar quem está mais afetado, fazer sprints de inovação para arranjar soluções para essa e possíveis futuras epidemias, oferecer estrutura para quem tem e quer testar soluções possíveis e muitas outras coisas. Se existe algum poder de mudança na sociedade, esse poder está na mão delas.
Elas precisam se abrir e derrubar suas fronteiras. Ser parte do todo.
Afinal o que adianta falarem tanto em PROPÓSITO, quando as atitudes mostram que na verdade essas empresas não têm a menor ideia do que isso significa e nem de como fazer para colocá-lo em prática?
O fato é que as gigantes querem ser exponenciais enquanto não passam de tribais.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.