Os próximos astros da música não serão de carne e osso
Uma grande polêmica movimentou o mercado de entretenimento na última terça-feira (25) diante da estreia do show "An Evening with Whitney Houston" na Inglaterra. O show é uma versão digitalizada de Whitney, um holograma, com o apoio de dois dançarinos reais e uma banda ao vivo.
A empresa por trás dos eventos é a Base Hologram, que já teve alguns trabalhos com hologramas nos últimos anos que incluem Maria Callas e Buddy Holly, e mantém um projeto na manga de trazer apresentações de Amy Winehouse. Mas nenhum deles foi tão polêmico quanto o lançamento do show de Whitney.
Os fãs têm alegado que transformar uma pessoa real em digital é um grande desrespeito à imagem da cantora. Além disso, as reações pós-show não foram das melhores. Enquanto alguns espectadores admitiram gostar da experiência, uma grande parte descreveu como estranha.
Um crítico do jornal Mirror, do Reino Unido, disse que o show é uma continua exploração à vida de Whitney. "Como qualquer fã de filmes de terror lhe dirá, trazer os mortos de volta à vida nunca funciona bem", escreveu. Em seguida, sugeriu que "provavelmente é melhor deixar as estrelas adormecidas".
Quando o digital vira real
Questões póstumas e éticas à parte, devo confessar que gosto da tecnologia e ela tem sido usada já há algum tempo em outros casos, como para lançar os avatares do Gorillaz no palco com Madonna e, principalmente, para dar vida a estrelas fictícias.
Se nos casos de Whitney, Tupac e Maria Callas as personalidades foram transformadas em digital após sua morte, no Japão um case de sucesso chama atenção pelo contrário.
Hatsune Miku é uma das maiores artistas pop de Sapporo, Japão, tem 16 anos, cabelo azul neon e olhos azuis brilhantes. Desde que iniciou sua carreira em 2007, ela já abriu um show para Lady Gaga, fez um remix de "Happy" com Pharrell Williams e até se casou com um fã.
Mas aqui está uma detalhe importante! Hatsune Miku não é real. Hatsune é um personagem virtual criado pela Crypton Future Media que é apenas um rosto num software de computador que permite aos usuários escrever músicas e gerar o som na voz de um personagem fictício.
Desde a sua criação, centenas de música foram criadas para ela e com isso o software foi encerrado tamanho o sucesso e número de músicas endereçadas a voz de Hatsune Miku. Ela embarcou em uma grande turnê com uma banda ao vivo para mostrar os singles mais compartilhados e graças ao holograma se tornou "real" aos olhos do seu público.
Futuro dos hologramas
Estamos cada vez mais perto de uma realidade com hologramas em 3D em mais eventos, mas falta a tecnologia amadurecer um pouco tanto em questão de funcionalidade quanto de gosto popular.
Na opinião de Michael Bierylo, diretor de produção e design eletrônico do Berklee College of Music, as reações às performances holográficas agora são como as de consumidores que experimentaram televisão em cores pela primeira vez na década de 1940. Mas, isso também deixa um grande espaço em branco, que ele acredita que pode ser preenchida por artistas que, ao adotarem a tecnologia, vão torná-la menos uma novidade.
Eu particularmente adoraria ter um holograma me representando em palestras fora do país enquanto sigo no meu escritório no Brasil. Mas como não temos novos mercados envolvidos, nos resta aguardar e conviver com os concertos póstumos e as novas Hatsune Miku que irão aparecer.
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