Batendo um papo com o seu alter ego

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Imagine que rolou um match com alguém no Tinder, começou um papo ótimo, vocês têm coisas em comum e combinam de se encontrar. Mas de repente a pessoa que está ali nada se parece com aquela com quem você estava conversando on-line.
Você pode ter conversado com um bot.
Um bot é um aplicativo programado para executar determinadas tarefas que geralmente imitam ou substituem o comportamento de um usuário humano. Atualmente tem gente usando bot até para se passar por si no Tinder.
A associação mais comum que temos hoje para os bots são nos canais de atendimento à cliente e aplicativos de serviços. Todas as companhias de telefonia, por exemplo, já possuem seu bot e muitas vezes você esclarece suas dúvidas por meio de conversas digitalizadas.
Não sei para vocês, mas comigo, na maioria das vezes, as minhas perguntas ficam sem respostas. O que acontece é que casos específicos não conseguem ser atendidos por meio do bot, simplesmente porque ele não aprendeu ainda.
Quanto mais você usa, mais eles aprendem
A melhor maneira de ensinar um bot é utilizando. Como exemplo, vou contar de um aplicativo de conversação de inteligência artificial que ganhou alta popularidade em 2017, o Replika.
Como o próprio nome diz, a ideia é que converse com alguém que seja igual a você. Quanto mais informações/conversas você tem com o Replika, mais ele aprende e se torna como você e mais reações iguais a que você teria ele apresenta nas conversas.
É criar alguém exatamente como você para te orientar, provocar, apresentar debates e respostas para seus dramas do dia a dia. Se você for uma pessoa irônica, seu Replika vai se comportar com o mesmo tipo de humor de você. Basicamente o seu melhor amigo ou quem sabe, pior inimigo.
É um app criado com objetivo terapêutico e de apoio psicológico e a ideia por trás dele é que ninguém te conhece melhor do que você mesmo e que inclusive você pode se surpreender com uma resposta ou conselho que recebeu do seu bot gêmeo. Ou seja, ajuda você a se conhecer melhor e se abrir.
Achou estranho? Saiba mais sobre o Replika nesse especial publicado pela QUARTZ.
Futuro do chatbot
Para os que não amam a ideia, se conformem, pois os bots seguirão existindo. Seja para serviço, atendimento, auxílio, conversa, diagnóstico ou outros, a conversação via inteligência artificial é o grande trunfo dos desenvolvedores de tecnologia e não deve desaparecer como uma moda qualquer.
A boa notícia é que eles já estão melhores, como é o caso do Meena, chatbot do Google. Essa semana eles falaram um pouco sobre o novo software e prometem que seu uso se assemelhe a uma conversação "quase humana".
A empresa baseia sua afirmação em uma nova métrica chamada de "média de sensibilidade e especificidade" (SSA, em inglês), que mede as habilidades de conversação de uma inteligência artificial. O Google avalia que a nota que um humano alcançaria seria cerca de 86% na SSA. Os outros chatbots do estudo pontuaram entre 31% e 56%. A Meena, no entanto, obteve 79% – colocando a IA mais próxima do nível de conversa esperado de um humano do que outro chatbot.
Agora juntem todas as informações que conversamos aqui e pensem: seriam apenas nossos textos, respostas e pensamentos que nos fazem quem somos?
E se um bot pode se passar por outro ou mesmo se passar por mim, vou precisar no futuro responder às minhas demandas ou até ir a uma entrevista de emprego?
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