A Black Friday e os refugiados climáticos
Estamos diante de um grande desafio: salvar o nosso planeta. Em outros textos aqui já falei sobre o nosso consumo e como ele nos leva a maiores taxas de emissão de gases poluentes. Basicamente, tudo o que usamos para viver vem da natureza e depois volta pra ela. Essa é a nossa Pegada de Carbono, a quantidade de gases de efeito estufa que produzimos com as nossas ações e consumos.
Só que esses gases têm efeitos prejudiciais ao meio ambiente, eles retêm o calor na Terra e contribuem para o aquecimento global. O único jeito de reduzirmos isso é consumindo de maneira mais inteligente, moderada e consciente.
O consumismo e seus impactos
Os efeitos do aquecimento global são consequências da nossa sociedade do consumo e o que os cientistas previram há uma década já pode ser vivido hoje: geleiras derretendo nos pólos, aumento acelerado do nível do mar, ondas de calor mais intensas, secas extremas, incêndios, aumento da precipitação (chuva e neve), devastação de florestas, águas mais quentes e por aí vai.
Temos um problema! Se as nossas emissões de carbono continuarem no nível acelerado que estão hoje, em 11 anos alcançaremos um ponto de "não retorno", ou seja, irreparável. Em 2050 teremos um mundo mais quente em 2ºC do que sentimos hoje e em 2100, cerca de 4ºC a mais. Vamos estar em situações similares a algo como isso:
Curiosidade: no site da Climate Central você pode procurar pela sua localidade e ver no mapa como a sua região será afetada pela elevação do nível do mar.
Países e cidade inabitáveis
Imaginem só 17 milhões de pessoas sendo obrigadas a deixar seus lares por conta dos impactos do clima e seus efeitos? Esse foi o número de migrações associados a desastres climáticos no ano passado, segundo dados do IDMC.
Então se ainda não tinha ouvido falar no termo refugiado climático, acostume-se! Mais de 77% das cidades do mundo provavelmente sofrerão uma mudança de temperatura e estima-se que 143.3 milhões de pessoas devem se tornar refugiados climáticos até 2050.
Este será o grande desafio global do futuro, que com certeza irá lidar com uma infinidade de questões críticas, éticas e sociais, dentre elas a migração de populações de países subdesenvolvidos, a competição por alimentos e água, surto de doenças e estresses entre fronteiras.
A previsão é de que as regiões mais afetadas incluam 85 milhões de refugiados vindo da África subsariana, 40 milhões do Sul da Ásia e 17 milhões da América Latina, principalmente México.
Assim somos testemunhas e ao mesmo tempo os causadores do surgimento de um novo tipo de refugiados: os refugiados climáticos. E esses podem ser qualquer um de nós amanhã.
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